A Banda de Música de Lanhelas conta com novas salas para o ensino da música, após a concretizaçãoo de obras no lado nascente da Casa da Banda, que permitiram criar pequenos espaços, graças a um acrescento ao edificio-mãe, o qual foi ainda alvo de beneficiações internas e pinturas externas.

A inauguração teve lugar no passado dia 15, precedida de uma missa pelos sócios e executantes da filarmónica falecidos, após o que esta desfilou pela Rua da Liberdade até à sua sede.

“Garantido o futuro da Banda”

Simão Silva, presidente da Direcção da Banda, manifestou a sua convicção de que “com as novas instalações temos garantido o futuro da banda”, tendo aproveitado para agradecer à Cámara Municipal o apoio concedido na renovação da Casa da Banda, traduzido num apoio financeiro de 75.000€.

Agradeceu ainda à Casa do Povo e Paróquia de Lanhelas a cedencias das sua instalações para as aulas de música, enquanto que decorreram as obras, a par do elogio à firma construtora (Construções Ramalhosa) pelo empenho e qualidade evidenciados.

Referiu-se também ao aumento de inscrições na Escola de Música João Costa e Silva, um motivo de satisfação mas que implica mais despesas, só possíveis de suportar graças ao apoio da Junta e Cámara, acrescentou.

“Com muito trabalho e esforço, esperamos vir agora a aumentar o número de alunos e professores, garantia de que a Banda perdurarà ainda mais 160 anos”, profetizou.

“Freguesia merece muito mais do que isto”

Rui Fernandes, presidente da Junta, aproveitou a ocasião para salientar que a Banda de Lanhelas necessita de umas instalações manifestamente superiores às actuais, recordando que outras associações do concelho tiveram obras muito superiores a estas suportadas pela Cámara, sem que alguma tivesse um historial de 160 anos como a Banda Lanhelense.

Fez votos para que num futuro próximo, Lanhelas tenha um auditório à disposição da banda e das demais instituições e colectividades da freguesia.

Embora não concordando com a diminuta intervenção realizada, reconheceu que no tocante às aulas de música as condições melhoraram um pouco, devendo agora ser rentabilizadas.

“Três Jóias”

Júlia Paula, presidente do município, assinalou que Lanhelas possui três jóias: A Banda, a Música e a Juventude da Freguesia.

Incluiu ainda como uma quarta jóia o maestro (jovem) da Banda de Música.

E como todas as jóias, prosseguiu a autarca na sua alocução, “gostamos de as preservar, de as exibir, nem queremos que roubem essas jóias”, sendo esse o caso da banda, herdada “com muito carinho” pelos seus antepassados, “de geração em geração”.

E, segundo aduziu Júlia Paula, compete à Junta e Cámara assegurar a continuidade dessa “jóia”, assim continuou a apelida-la, baseada no sentimento com que ficou ao conversar com o já desaparecido António Rosas, há oito anos, quando com ele conversou pela primeira vez e se apercebeu do que a filarmónica representava para ele e para os lanhelenses.

Foi com esse sentido que sempre apoiou a Banda Lanhelense quando solicitada a faze-lo, dando como exemplo o pedido feito pela actual Direcção ao solicitar obras de requalificação na Casa da Banda, de modo a “dar mais condições à escola de música”.

Embora saiba existirem outras necessidades, a autarca disse que lhe competia “respeitar” os pedidos das pessoas, pelo que discordava da posição do presidente da Junta, porque, na sua óptica, “nós não temos que estar contra ou a favor, temos que dar ouvidos a quem está na Direcção”, mandatado pelos sócios.

Admitiu que Lanhelas “merecer muito mais”, sendo dever dos autarcas “avaliar as pretensões” dos dirigentes associativos.

O sonho de criar um auditório mereceu referencia, mas adiantou que depende da “vontade” de todos os intervenientes, incluindo a Direcção da Casa do Povo, mas sobre tudo de “um projecto, de um terreno, saber quanto custa e depois vamos pedir o dinheiro”.

“Não vale a pena estarmos a pedir um auditório se não temos nada de concreto”, concluiu, mostrando-se convicta de que esse projecto depender à da iniciativa das pessoas.

in caminha.2000